quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A DANÇA APLICADA NA ESCOLA

Ao ingressar na escola a criança já traz consigo um conhecimento amplo a respeito de seu corpo, mas muitas vezes não o foi despertado. O professor, deverá saber aproveitar esses conhecimentos e a partir deles, promover novos conhecimentos mais complexos. A criança de 1º Grau, necessita de experiências que possibilite o aprimoramento de sua criatividade e interpretatividade, atividades que favoreçam a sensação de alegria (aspecto lúdico), que a partir daí , ela possa retratar e canalizar o seu humor, seu temperamento, através da liberdade de movimento, livre expressão, e desenvolvimento de outras dimensões contidas no inconsciente. Esta proposta não está em predominar as aulas de dança sobre as de Educação Física, mas sim, oferecer uma opção a mais para o profissional da área, poder desenvolver com seus alunos, um conteúdo curricular diferenciado e igualmente propiciador de atingimento de seus objetivos A Dança na escola, associada à Educação Física, deverá ter um papel fundamental enquanto atividade pedagógica e despertar no alunado uma relação concreta sujeito-mundo. Deverá propiciar atividades geradoras de ação e compreensão, favorecendo a estimulação para ação e decisão no desenrolar das mesmas, e também reflexão sobre os resultados de suas ações, para assim, poder modificá-las defronte a algumas dificuldades que possam aparecer e através dessas mesmas atividades, reforçar a auto-estima, a auto-imagem, a auto-confiança e o auto-conceito. Não devemos nos preocupar com a quantidade de atividades que iremos oferecer para os alunos, mas sim, qualidade, adequação e principalmente uma participação espontânea, que acima de tudo proporcione prazer, para não cairmos num processo instrucional mecanicista. Através das atividades de Dança, pretendemos que a criança evolua quanto ao domínio de seu corpo, desenvolvendo e aprimorando suas possibilidades de movimentação, descobrindo novos espaços, novas formas, superação de suas limitações e condições para enfrentar novos desafios quanto aos aspectos motores, sociais, afetivos e cognitivos. A variedade de atividades que a dança nos possibilita deverá permitir a máxima integração com os processos de ensino-aprendizagem a fim de estar atendendo aos objetivos gerais propostos, criando oportunidades para a criança se expressar, se mover, ser criativa, espontânea e conviver com os colegas e com ela mesma. Poderíamos dizer então, que a Dança enquanto um processo educacional, não se resume simplesmente em aquisição de habilidades, mas sim , poderá estar contribuindo para o aprimoramento das habilidades básicas, dos padrões fundamentais do movimento, no desenvolvimento das potencialidades humanas e sua relação com o mundo. Como benefício no desenvolvimento social devemos criar condições para que estabeleça relações com as pessoas e com o mundo; no desenvolvimento biológico, o conhecimento de seu corpo e de suas possibilidades; no desenvolvimento intelectual, contribuir para a evolução do cognitivo e no filosófico, contribuir para o autocontrole, para o questionamento e a compreensão do mundo. As atividades a serem aplicadas com as crianças devem ser naturais envolvendo o andar, correr, saltar, saltitar, equilibrar, rodopiar, girar, rolar, trepar, pendurar, puxar, empurrar, deslizar, rastejar, galopar e lançar. Desenvolvimento da noção de tamanho, forma, agrupamento e distribuição. Atividades que estejam voltadas para uma seqüência pedagógica que inicie do simples para o complexo, do concreto para o abstrato, do espontâneo para o específico, das atividades de menor duração para as de longa duração e de um ritmo inicialmente lento , progredindo para o "allegro". Possibilitar ao aluno desempenho individual para que se exija sua auto reflexão frente as atividades e participação em duplas, trios e grupos maiores para favorecer um enriquecimento de experiências corporais. Também atividades que envolvam emoções, sentimentos e identificação de sua imagem pessoal; atividades que exijam do aluno agir, reagir e interagir com seu grupo e com outros grupos. As aulas devem evoluir ricas em variação de estímulos, tanto da parte musical como da corporal. Da corporal, exploração do conhecimento do corpo e suas capacidades e da musical, noções básicas de diferentes ritmos e estilos de dança (dança de roda, clássicas, modernas, folclóricas, danças de salão, etc Um fator muito importante a ser relevado é o de não adotar uma didática massificante e mecânica (cópia de movimentos) para o ensino da Dança na escola, pois estaria tirando a individualidade da criança e bloqueando sua criatividade e espontaneidade. A didática massificante e mecânica, infelizmente, via de regra, eles vivenciam nas outras disciplinas do currículo escolar. O professor tem que saber explorar o potencial do aluno, possibilitando seu desenvolvimento natural e favorecer o despertar da criatividade. Certamente que teremos um planejamento com seus objetivos e atividades propostas, mas cabe ao professor adaptar a realidade do grupo, as expectativas dos alunos e sua "bagagem" sócio-cultural. O professor não deve ensinar o aluno como se deve dançar, mas sim favorecer a aprendizagem. Não deve demonstrar os movimentos, mas sim criar condições para que o aluno se movimente. Aqui, a dança não tem regras, não tem certo, não tem errado. Aqui, todo movimento é válido, desde que elaborado a partir da concepção de movimento que o aluno possui. O professor deve sim, favorecer a ampliação dessa concepção. Sendo assim, nesta proposta não existe técnica, não existe um procedimento único para se atingir o mesmo fim. O que importa é o movimento, o ritmo, a música, o desejo e a harmonia. Diante disso, não quer dizer que não exista um trabalho de base, de desenvolvimento rítmico, de conhecimento do corpo, das possibilidades de movimentação das partes do corpo. Estaremos assim, desenvolvendo com as crianças capacidades perceptivas motoras, conceitos acadêmicos atendendo o Domínio Cognitivo; desenvolvimento de habilidades motoras e capacidades físico-motoras, ao Domínio Motor; e ao Domínio Sócio-afetivo, a formação de um auto-conceito positivo e conseqüentemente de uma sociabilização. Para melhor entendimento, segue abaixo, elaborados a partir do conteúdo apresentado por Tani (1988) que irá lhe auxiliar na prática e na verificação de rendimento das atividades e também para a criação de outras atividades.

Profª Ms. Érica Verderi - FEFISO/ACM
verderi@cy.com.br
http://www.cdof.com.br/danca5.htm

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